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Uma nova visão sobre automação dos terminais portuários

13/01/2023

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O valor agregado que a automação dos terminais pode trazer para o setor marítimo e portuário internacional no contexto de eficiência e segurança é algo que os especialistas do setor se tornaram muito conscientes nos últimos anos.

No entanto, os desafios de automação dos terminais de contêineres são enormes.

Ferramentas como o digital twins, ajudam a aumentar a eficiência e a segurança, mas o retorno em termos de produtividade nem sempre é “automático” e o custo-benefício não convence a todos os portos.

Adaptação das novas infraestruturas

O alto custo de investimento na adaptação de novas infraestruturas de automação dos terminais pode ser uma barreira para determinados portos.

Especialistas do setor afirmam que a automação em todas as áreas dos terminais portuários é esperada para a próxima década e meia, isso porque investir em tecnologias “é a melhor maneira de se manter competitivo atualmente.

Os portos exigem que milhares de pessoas, computadores e máquinas industriais trabalhem juntos diariamente. Portanto, garantir que os cronogramas sejam cumpridos no prazo e sem incidentes é um verdadeiro desafio.

Algorítimos e o digital twins

Embora a confiança na tecnologia de automação esteja atualmente em seu ponto mais alto, algumas áreas estão atrasadas.

Os guindastes navio-terra, por exemplo, são os equipamentos menos automatizados, mas prevê-se que mesmo eles adotem avanços tecnológicos nos próximos anos – se não os maiores.

O objetivo da automação é minimizar erros reduzindo a interação humana no processo, aumentando a eficiência, reduzindo custo de operação de um terminal, aumentando a segurança e, por último, mas não menos importante, reduzir riscos ao meio ambiente.

Os ecossistemas do digital twins, que usam dados reais para prever o desempenho de um produto ou processo, são um elemento-chave na transição do manual para o automatizado.

Está tecnologia integra a Internet das Coisas (IoT) e a Inteligência Artificial (IA) criando uma réplica virtual do ambiente real.

Como é o modelo atual?

O modelo consiste em duas partes: hardware e software.

O primeiro adquire e processa dados; este o representa e o manipula. Ou seja, transmitindo a barreira entre a entidade física e sua representação.

As tecnologias emergentes, entre elas a IoT, abrangem quantidades incrivelmente grandes de dados.

Eles podem ser gerenciados?

Não é impossível, mas certamente desafiador.

As ferramentas tradicionais de gerenciamento de dados não são mais suficientes, e é por isso que é necessário um novo software sofisticado que se baseia em IA forte e aplica algoritmos avançados.

Um dos principais obstáculos na automação está ligado à qualidade da troca de dados.

Muitas vezes, a falta de estrutura e transparência dificulta o monitoramento do desempenho dos equipamentos.

Quando os dados vêm de vários sistemas em vez de uma infraestrutura padronizada comum, as condições para uma tomada de decisão precisa não são ideais.

Existem ameaças?

Uma ameaça proeminente no contexto dos dados é a segurança cibernética.

As partes interessadas do porto devem ter uma boa compreensão do tipo de dados a serem compartilhados, mas também com quem compartilhá-los, o valor dessas informações, da tecnologia e o impacto em seus negócios.

Os ecossistemas de digital twins, que usam dados reais para prever o desempenho de um produto ou processo, são um elemento-chave na transição do manual para o automatizado. O modelo “transmite a barreira entre a entidade física e sua representação”.

Automação = produtividade?

De acordo com um relatório da McKinsey, o principal problema em relação automação dos terminais é preencher os cargos técnicos especializados necessários... até mesmo engenheiros experientes podem levar até cinco anos para serem treinados.

Os aumentos de produtividade não são, portanto, necessariamente garantidos. Os terminais que adotam processos automatizados relataram, de fato, quedas de produtividade, muitas das quais podem ser atribuídas a lacunas de treinamento.

Especialistas sugerem que, para que a automação dos terminais realmente resulte em redução de custos, é fundamental garantir que os candidatos tenham potencial para se tornarem operadores produtivos logo no início da jornada de transição e, a partir daí, investir em treinamento contínuo.

Neste sentido, no quadro da automação total, o fator humano continua a ser indispensável, pois “mesmo em cenários totalmente automatizados, existem alguns equipamentos não automatizados”.

Os operadores de equipamentos são os responsáveis, em última instância, quando as coisas dão errado ou surgem cenários de exceção.

Transição desafiadora: segurança

Os benefícios da automação dos terminais portuários são claros:

  • redução de custos por contêiner movimentado,
  • maior confiabilidade,
  • consistência,
  • previsibilidade
  • segurança.

No entanto, a transição não é fácil.

Estudo de caso: Porto de Auckland, na Nova Zelândia

Em 2016 surgiu o plano de substituir 50 estivadores por uma frota de 27 "straddle carriers" não tripulados.

Esperava-se que estivesse operacional em 2019. Problema após problema, porém, forçou seu adiamento e o projeto permanece inacabado até hoje.

O último incidente: um transportador robótico perdeu o controle e bateu em uma pilha de contêineres. Enquanto os investigadores checam o que deu errado, Auckland retomou as operações manuais. Segurança vai acima de tudo.

O futuro da automação dos terminais

Um dos temas que os especialistas da Comunidade Portuária discutiram em workshops durante a elaboração do IV Plano Estratégico do Porto de Barcelona (2021-2025), que inclui uma Visão Portuária para 2040, foi o futuro da automação dos terminais.

Eles concluíram que a automação dos terminais de contêineres aumentará exponencialmente nas próximas décadas.

No entanto, apesar de seu rápido crescimento, segundo dados coletados pela UNCTAD em 2018, apenas 1% dos terminais eram totalmente automatizados, enquanto 2% eram considerados semiautomatizados.

O que dizem os especialistas?

Especialistas estimam que, no longo prazo (2040), a crescente automação dos terminais pode acabar transformando-os em commodities, tornando cada vez mais volátil o tráfego entre os diferentes portos.

Além disso, destacam que a automação ocorre em detrimento da flexibilidade – elemento cada vez mais necessário para os portos diante de diversos eventos disruptivos como a COVID-19 ou o bloqueio do Canal de Suez.

Um exemplo do que pode ser alcançado através de uma boa transição é o Hutchison Ports BEST no Porto de Barcelona.

Este é o primeiro terminal de contêineres semiautomático do Mediterrâneo. Começou a operar em 2012 e vem aprimorando seu desempenho para atingir mais de 220 movimentos por hora e navio e mais de 40 por hora e guindaste.

Assim, graças às suas dimensões, equipamentos, trabalhadores e sistema operacional, o BEST está alcançando uma das maiores produtividades do mundo.

Mas existe o elevado custo de investimento na adaptação destas novas infraestruturas, o que pode ser uma barreira para determinados portos.

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